Terceiro dia em Salvador
- juliadalry
- 29 de jul. de 2018
- 4 min de leitura
Após café da manhã e saída as 7 horas estamos com próxima visita marcada no Projeto
Tamar. O projeto em Salvador tem foco em 5 espécies de tartarugas, a Tartaruga-
Cabeçuda ( Caretta caretta ), a Tartaruga-de-pente ( Exetmochelys imbricata ), a
Tartaruga-de-couro ( Dermochelys coricea ), a Tartaruga-verde ( Chelonia mydas ) e a
Tartaruga-oliva ( Lepidochelys olivacea ).
A primeira ocorre em mares tropicais e subtropicais, está ameaçada e pesa 140 kg com até 136 centímetros de comprimento.São carnívoras, costumando comer caranguejos, moluscos e mexilhões. Suas áreas de
desova são no Espirito Santo, Bahia, Sergipe e litoral do Rio de Janeiro. Com
nadadeiras dianteiras curtas e grossas e traseiras com unhas, as tartarugas-cabeçudas
tem cabeça grande e mandíbula forte.
A segunda tartaruga é considerada mais tropical e está distribuída entre mares tropicais e subtropicais, tendo preferencia por recifes de corais e águas costeiras rasas. Está ameaçada e pesa 86 kg chegando a cumprir 110
centímetros. Costuma comer esponjas, lulas e camarões. Desova no litoral norte da Bahia e Sergipe e no litoral sul do Rio Grande do Norte. Com nadadeiras com garras, a
tartaruga-de-pente tem cabeça relativamente pequena e longa e bico assemelhado ao
de um falcão.
A terceira está espalhada por todos os oceanos tropicais e temperados do mundo, vive na zona oceânica por
quase toda a vida. Seu status internacional é o de vulnerável, mas no Brasil é o de criticamente ameaçada. Com uma dieta composta por zooplâncton gelatinoso, celenterados, pyrossomos e salpa. Chega ate 178 centímetros
de comprimento e a pesar 400 kg. Suas nadadeiras dianteiras podem cumprir mais de 2 metros. A tartaruga-de-couro tem cabeça proporcionalmente pequena, porém tem
uma forte mandíbula. Costuma desovar no litoral norte do Espirito Santo.
A quarta tartaruga é mais presente em mares tropicais e é encontrada em águas costeiras com
muita vegetação. Internacionalmente ameaçada de extinção, mas no Brasil está
apenas vulnerável. Pesa 160 kg e mede 143 centímetros de comprimento. Tem uma
dieta que varia consideravelmente, no início da vida são onívoras e quando mais velhas são herbívoras. Desovam em ilhas oceânicas como Trindade. Com nadadeiras com
garras visíveis, a tartaruga-verde tem cabeça pequena e mandíbula serrilhada.
A quinta e última tartaruga ocorre em mares tropicais e subtropicais, são encontradas
principalmente em águas rasas. Pesa 42 kg e tem 72 centímetros de comprimento. São
carnívoras e costumam comer salpas, peixes, moluscos entre outras carnes. Sua
desova é localizada desde o sul de Alagoas ate o litoral norte da Bahia. Tem nadadeiras
com garras e cabeça pequena com mandíbulas fortes. Esse projeto conservacionista
brasileiro está localizado na Praia do Forte em Salvador – BA -, seus principais
fomentadores são as comunidades que os ajudam nos trabalhos.
As tartarugas que por lá passam são monitoradas por um chip que recebem ao entrar em contato com o
projeto.
Logo após sairmos dessa visita fomos em direção ao Museu Jubarte, projeto
que subsidia diretamente as ações de conservação. Os resultados de pesquisas la feitas
proporcionam subsídios técnicos-científicos para o órgão ambiental brasileiro ( MMA/
ICMBIO ) para tomar decisões de conservação de cetáceos, no nível nacional e
internacional.
Os parceiros do projeto vão de prefeituras (REMAB), ONG’S ( Projeto Tamar ), agências de turismo e empresas até universidades (UnB). A principal espécie de baleia lá estudada é a Jubarte ( Megaptera novaeanglie ), que vem ao Brasil entre julho e novembro para reprodução, com maior concentração no espaço compreendido
entre o sul da Bahia e o norte do Espirito Santo. O maior problema enfrentado pelas
baleias seria na hora da reprodução que ao ficarem em áreas mais rasas poderiam vir a
encalhar.
Com uma pausa para o almoço, nos seguimos para a visita ao Castelo D’Ávila.
Inicialmente chamado de Torre Singela de São Pedro, o castelo é uma construção
histórica localizada na praia do Forte em Salvador – BA -. Teve suas origens com Diogo
Álvares Correia, o Caramuru, e Catarina Álvares, ou Catarina do Brasil ou a Paraguaçu.
Embrião de um grande morgado no estilo feudal que se iniciou na capitania da Bahia,
século XVI, e que, durante quase 250, expandiu-se na região nordeste do Brasil.
A localização do castelo foi estrategicamente escolhida à beira mar pelo fato de sua
função ser vigiar o sertão de um lado, dos indígenas revoltados, e de vigiar o mar o
mar por outro, de corsários. Constitui-se em uma espécie de mansão senhorial, ainda
no estilo manuelino. No século XIX, durante a Guerra de Independência, serviu de base
ao exercito baiano. Em 1938 foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Natural.
A primitiva estrutura, que corresponde à atual capela, foi uma planta
hexagonal, abobadada, com paredes de tijolos. As salas contíguas recobertas por
cúpulas e abóbadas de arcos cruzados.

E para acabar o nosso dia de turista nos visitamos a Reserva Ecológica de Sapiranga. Denominada dessa forma devido o Rio Sapiranga, que em tupi significa “olho vermelho”, a reserve tem como bioma a Mata
Atlântica, que tem como característica ter vários estratos, ter árvores próximas umas
das outras e de troco fino, ter uma alta umidade do ar (fazendo a respiração ficar mais
pesada).
Por ser uma mata em que a vegetação tem grande proximidade, a impressão
de tempo se confunde, parecendo, assim, mais tarde do que realmente se é. A
produtividade da mata, ou seja, a quantidade de energia absorvida e assimilada pela
mata é alta devido à alta atividade de decomposição – favorecida pela alta umidade e
temperatura – realizada por fungos e bactérias.
De onde vem a matéria para a decomposição? A própria mata é a fonte, à exemplo folhas caídas no chão que servem como matéria orgânica. Na mata a variação de vegetação é enorme, nós vimos fungos
das classes dos basidiomicetos e ascomicetos e bromélias – que sustentam dentro de
si muitas vidas -.
Sendo essa um perigo se trazida para perto da humanidade, pelo fato
de morar nela fungos, protozoários, aracnídeos, insetos, anfíbios e repteis, dentro do
fitotelmo, são mantidas na mata. A reserva está em sucessão secundária e um indício
disso é o fato de a vegetação fora da mata ser diferenciada da que se tem dentro dela.
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